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A realização dos Jogos Olímpicos de Tokio 2020 motivaram a contratação de algumas apólices especiais. O COI (Comitê Olímpico Internacional) tira cerca de US$ 800 milhões em proteção para cada edição dos Jogos de Verão, cobrindo grande parte do investimento de cerca de US$ 1 bilhão feito em cada cidade-sede. Para evitar perdas, o seguro de eventos é fundamental, tornando-se um grande aliado dos organizadores em tempos de pandemia.
Analistas da Jefferies estimam que as Olimpíadas de Tóquio têm um seguro de cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10,8 bilhões de reais), mais US$ 600 milhões para hospitalidade. Se as Olimpíadas tivessem sido canceladas, as seguradoras que estão cobrindo o evento correriam o risco de terem um prejuízo de US$ 2 a 3 bilhões de dólares, representando a maior reclamação já feita no mercado global de cancelamento de eventos.
Os seguros para eventos englobam diversos riscos nas suas coberturas, como cancelamento, não comparecimento, equipamentos, responsabilidade civil, acidentes pessoais, despesas médicas e hospitalares e outros. A apólice pode ser contratada de forma personalizada, dependendo das necessidades específicas do evento. O principal objetivo do produto é preservar o organizador destas produções, bem como seus participantes. “Com o cancelamento de grandes eventos por conta da necessidade de isolamento social determinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), entendemos que havia espaço para investir em produtos focados exclusivamente para esse mercado e, por isso, criamos algo que abrangesse coberturas de Responsabilidade Civil, Riscos Diversos e Acidentes Pessoais/Vida para o setor de entretenimento. Importante ressaltar que o produto não ampara danos relacionados à Covid-19 ou qualquer outra pandemia”, afirma Anderson Soares, Gerente de Responsabilidade Civil da Tokio Marine.
Os riscos excluídos pelo produto variam de acordo com vários fatores e, principalmente, do tipo de evento a ser realizado. Pensando em eventos esportivos, estão excluídos, por exemplo, acidentes ocorridos e/ou originados fora do perímetro interno da propriedade em que se localizem os estabelecimentos especificados na apólice; danos causados a ou por embarcações e aeronaves; danos causados por ou a veículos terrestres que participarem de provas desportivas; presença de público superior à capacidade autorizada para os estabelecimentos especificados na apólice e/ou pela inexistência de vias de escoamento compatíveis com a quantidade de pessoas recebidas no local; atrasos e/ou antecipações relativos aos horários e/ou à data de início ou de término; multas; roubo de valores e outros.
Segundo dados do Sebrae, as medidas de restrição impactaram 98% do mercado de eventos, que é responsável por movimentar mais de R$ 200 bilhões por ano e conta com mais de 560 mil empresas no País. Para Rodrigo Mentor, CEO da corretora Seguros de Eventos, o cancelamento de cerimônias e festividades serviu como um alerta para que as empresas entendam a importância do seguro, o que irá auxiliar no crescimento da carteira. “Para aproveitar as oportunidades de negócios, é importante que o corretor se comunique com os players que estão à frente desse segmento e se especialize no assunto. Atuar como consultor, mostrando os riscos e as possíveis intercorrências passíveis de qualquer evento, é a melhor maneira de reforçar a cultura do seguro. Este é um produto muito interessante para as seguradoras e corretoras, pois, apesar da pandemia, possui um baixo índice de sinistralidade. Com o avanço da vacinação, tudo voltará ao normal e tenho certeza que o produto irá arrecadar prêmios cada vez mais elevados”.
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