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Iniciamos um novo ano, mas considerando que os problemas são basicamente os mesmos, o seguro deveria ter prioridade na lista de gastos de qualquer pessoa ou família. Até porque, trata-se de um investimento na prevenção de riscos e não um simples gasto, como muitos acreditam ser. Ninguém espera se envolver em um acidente de trânsito ou ter o carro roubado. Mas se qualquer uma dessas coisas acontecer, o proprietário estará tranquilo porque sabe que será ressarcido. Igualmente importante são os seguros de vida e residencial, que dão suporte em momentos de imprevistos.
Como se vê, o seguro traz segurança e tranquilidade às pessoas e reduz o estresse financeiro. Mas a cultura do seguro ainda não é muito popular no Brasil, e isso se deve a alguns fatores, como a economia instável do País e a própria renda per capita da população, muito baixa em comparação a dos países onde o seguro é popular. Um estudo feito pela FGV Social mostra que a renda média per capita do brasileiro era de R$ 995 (no primeiro trimestre de 2021). Consiste em um perfil financeiro que prejudica o desenvolvimento dessa cultura, já que as pessoas destinam o dinheiro para suas necessidades básicas de consumo.
Além desses fatores, existe a questão da informação. Muitos desconhecem a importância dessa modalidade e as empresas encontram dificuldades para explicar quais são os riscos, os benefícios, o que está incluso na apólice e o que não está. A divulgação desse produto financeiro também está aquém do necessário.
Ela é focada nos seguros de vida, automóveis e imóveis, mas pouco se fala dos seguros para celulares, para viagens e contra acidentes pessoais. Os contratos são cheios de cláusulas, normalmente com vocabulário de difícil compreensão e o processo é bastante burocrático.
O resultado disso é que o Brasil tem a menor taxa de seguro do mundo. Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Oxford, em parceria com a seguradora Zurich, 19% dos entrevistados brasileiros afirmaram possuir seguro de vida, enquanto a média mundial é de 32%. Para se ter ideia, o seguro de automóveis, o mais popular do País e responsável por 80% dos contratos, protege 25% dos veículos existentes, sendo que a frota nacional ultrapassa os 100 milhões de unidades.
Como mudar essa realidade e ampliar a cultura do seguro na população de um país com tais características? Como ultrapassar barreiras como a baixa renda e a burocracia? Esses gargalos tendem a desaparecer ou a ficar menores com o trabalho desenvolvido pelas Insurtechs, startups de tecnologia no segmento de seguro. Elas trazem um conceito diferente, que foca na experiência do cliente, ao contrário das empresas tradicionais do setor cuja preocupação se limita ao lucro.
As insurtechs investem muito em tecnologia, que simplifica o processo de escolha e contratação do seguro, seja qual for. Elimina papéis e possibilita contato imediato entre cliente e empresa por meio de aplicativos de celular. Ou seja, evita a perda de tempo com tentativas de comunicação via telefone.
Além disso, com base em inteligência artificial, big data, entre outros, as insurtechs compreendem o comportamento digital de cada cliente e são capazes de traçar seus perfis com mais assertividade. Por essa razão elas podem oferecer serviços personalizados ou pacotes mais adequados para atender as necessidades do contratante com preços melhores.
Com as insurtechs, o processo de atendimento é totalmente digital. É possível fechar contratos poucas horas antes de começar a utilizá-los, contratar um seguro para uso somente durante uma determinado período,como em viagens, por exemplo, ou mesmo um pacote nos moldes tradicionais. Tudo isso sem necessidade de deslocamento e sem burocracia.
Ou seja, sabemos as razões para a cultura do seguro não ser popular no Brasil, conhecemos as soluções e temos as ferramentas para iniciar uma guinada. Cabe agora, colocar em prática as ações necessárias para conscientizar as pessoas deste que é um dos maiores mercados do mundo.
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