CQCS | Sueli Santos
Na hora da contratação do seguro alguns fatores são levados em conta para a seguradora definir a aceitação do risco e, também, o valor que será cobrado. O portal UOL fez uma reportagem apontando os perfis de motoristas que têm maior dificuldade na hora de fechar uma apólice para o carro.
A matéria revela que o questionário tem perguntas como idade, estado civil, endereço, uso do veículo e região de circulação. São esses dados que vão definir se a seguradora confia ou não no motorista e eles também influenciam diretamente no valor cobrado.
O valor do seguro automóvel leva em conta fatores como perfil do motorista, endereço, tempo de habilitação.
Um dos exemplos são jovens e recém-habilitados. A explicação, de acordo com a companhia Rodobens é que quanto mais experiência o motorista tiver no volante, menores serão os riscos de se envolver em um acidente e maior será a responsabilidade no trânsito.
Essa é a razão para que motoristas com mais de 25 anos de idade sejam favorecidos com preços mais baixos na contratação do seguro. “O tempo de habilitação também entra nessa conta e vale para quem tem a carteira de motorista há mais de cinco anos. Por fim, não basta ser mais velho, pois se uma pessoa com idade entre 18 e 25 vive com você, isso também pode ser considerado no perfil no seguro auto e encarecer a contratação.”
Outro perfil “de risco” é o de motoristas que estacionam o veículo na rua. José Varanda, coordenador de Graduação da Escola de Negócios e Seguros (ENS), disse ao portal que não ter garagem em casa ou no trabalho também é determinante para um seguro com preço mais caro.
” Veículos cujo proprietário não possui garagem fechada na residência, no local de trabalho ou na instituição de ensino têm maior incidência de custo”, esclareceu o especialista.
O coordenador da ENS disse que se a região de circulação é área de risco ou não, também pode influenciar na precificação do seguro automotivo.
No caso de homens jovens, solteiros ou divorciados, Varanda disse que cada seguradora adota critérios diferentes na análise de risco do proponente quando se trata de gênero e estado civil, mas existe um conceito bastante difundido de que mulheres são mais cautelosas ao volante, se envolvem em menos acidentes e, normalmente, os danos causados são menores do que em ocorrências com motoristas do sexo masculino.
“Nessa linha de raciocínio, elas pagariam menos que os homens na contratação do seguro auto. Mas em alguns casos, essa diferença depende da faixa etária. Nas modelagens matemáticas para composição de tarifas e preços, algumas companhias entendem que mulheres apresentam melhores prêmios de risco entre pessoas de 18 a 28 anos. De 28 a 65, não haveria diferença significativa e a partir de 66 a mulheres apresentam risco pior”, destacou o especialista.
Além disso, ele explicou que o estado civil influencia no cálculo: no geral, solteiros e divorciados (ou separados), têm um custo mais alto que casados ou em união estável.
Motoristas que usam muito o veículo também pagam mais caro pelo seguro. E se o uso for comercial, táxi ou aplicativo, por exemplo, o cálculo é agravado.
A Loovi, empresa de rastreamento e monitoramento veicular, afirma que os hábitos que o motorista tem com o veículo também são considerados, inclusive se ele viaja demais.
Os donos de carros “visados” também entram na lista dos “arriscados”. O representante da Loovi explicou na matéria que a marca e modelo do carro podem chamar mais atenção dos ladrões. “Existem alguns veículos que são mais visados por eles, por isso as seguradoras cobram um valor mais alto no seguro para eles”, disse.
Falar a verdade
Varanda alerta que mesmo que o perfil do cliente se enquadre entre os que pagam mais, ainda é mais vantajoso falar a verdade do que mentir.
“Declarações falsas, inexatas ou omissão de informações que possam influenciar no cálculo do seguro e na análise do risco pela seguradora podem gerar a negativa de indenização, em caso de sinistro, e até o cancelamento da apólice”, finaliza o professor.
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