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De acordo com a Fenacor, todo motorista de veículo cadastrado no aplicativo deve alterar a apólice do seguro para garantir a proteção em acidentes
Os mais de 10 mil motoristas do Uber e outros aplicativos de transporte de passageiros no Brasil devem ficar atentos. Agora, carros utilizados para essa finalidade podem estar na mesma categoria de um taxi. A informação é da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), que diz que estes profissionais devem estar preparados para pagar mais pelo seguro do veículo. A alteração da apólice do prêmio do carro é importante para que o motorista não tenha nenhuma suspresa desagradável em caso de acidentes.
Os aplicativos de transporte de passageiro estão mais uma vez no centro de debates entre motoristas, clientes e profissionais do mercado de seguro. Por ser um carro particular, que também pode ser utilizado para transporte, não pode ser classificado como carro de passeio, portanto os riscos são considerados muito mais altos. Ao se cadastrar no aplicativo Uber, a micro-empreendedora, Viviane Lopes precisou adquirir o seguro APP (Acidentes Pessoais a Pessoa), que é obrigatório, mas não ficou só com este. “Fiz o APP por uma empresa e depois atualizei o seguro do meu carro para enquadrá-lo na categoria correta e dar mais segurança”, explica.
Como é um veículo que circula todo dia, em um ritmo intenso e com uma demanda de serviço cada vez maior, existe a preocupação com a segurança de motoristas e passageiros. “Quanto maior a exposição ao risco, maior é o valor do prêmio, e isso serve de alerta para os proprietários de veículos que fazem o uso para transporte remunerado e pessoas”, alerta Carlos Valle, diretor da Fenacor.. Por isso é indispensável a contratação de um seguro que contemple um valor adequado de cobertura para eventuais danos materias em caso de colisões, incêndios e danos a outros veículos, por exemplo. Quando um novo motorista é cadastrado em algum aplicativo de transporte de passageiros, em geral, tem um seguro de carro comum. Mas ao começar a utilizar o veículo para uso profissional, o valor a pagar fica mais caro. “Como transporte de pessoa acabei pagando um pouco mais. Mas em compensação o carro está mais protegido caso aconteça algum acidente”, comenta Viviane.
Os valores dos seguros para veículos de transporte remunerado pode chegar a 50% a mais do valor do seguro comum. Mas a relação custo benefício pode sair mais barata. O diretor Carlos Valle explica em um comparativo como assegurar um automóvel na apólice correta pode ser mais vantajoso. “O valor de um seguro normal pode custar cerca de R$ 3 mil, com previsão de rodar 1,5 mil km/mês, sendo assim o custo por km fica R$ 0,16/km. Já o seguro do Uber, no mesmo veículo pode chegar a custar R$ 4,5 mil com previsão de rodar 6 mil km/h. Dessa forma o custo por quilometragem fica R$0,08/km”, explica. Portanto levando em consideração o número de quilômetros rodados de um carro comum e de um cadastrado no aplicativo, os custos ficam mais baratos no segundo. Além de ter os danos materias assegurados independente da quilometragem.
Seguro APP
O seguro de Acidentes Pessoais a Passageiros é obrigatório para quem quer ser motorista do Uber. A parceira do aplicativo, Marcela Barros, explica como era o processo. “Existem dois tipos de seguro, um no valor de R$ 50 e que cobre somente em caso de morte, outro que custa R$ 80 e que também cobre acidentes e despesas em hospitais, o valor máximo de idenização é de R$ 50 mil”, explica. Porém, Marcela Weber, assessora do aplicativo, informa que a obtenção do seguro obrigatório sofreu algumas alterações. “A partir de julho deste ano o valor da indenização em caso de morte ou invalidez permanente passa para R$ 100 mil e R$ 5 mil para despesas médicas”, esclarece.
Mais segurança
O marido de Viviane, Manassés Lopes, também é motorista do Uber e foi ele o responsável por alterar a apólice do seguro do carro. “Modifique o seguro há dois meses, quando troquei de carro. Preferi gastar um pouco mais e me sentir mais seguro, do que arriscar um desembolso maior e inesperado em caso de acidente”, explica. Alterar o tipo de seguro garante ao motorista a cobertura do dano causado ao veículo independente da quilometragem rodada. “Conversei com alguns donos de carros da Uber que afirmaram fazer o seguro, mas colocam como uso particular. Então alertei que não teria cobertura em caso de sinistro, já que bastaria ver a quilometragem na hora da contratação e no dia do sinistro para saber a finalidade”, explica Carlos Valle.
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