Quais serão as principais tendências em Seguros para 2023?

Revista Apólice - Nicole Fraga

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2022 foi um ano de grandes transformações no mercado de seguros, e prova disso são os números do setor. Segundo dados divulgados pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), referentes até outubro, o segmento devolveu à sociedade R$ 182,9 bilhões em indenizações, resgates e sorteios (sem Saúde Suplementar), com crescimento de 18% no acumulado quando comparado ao mesmo período do ano passado. A arrecadação da indústria ficou em R$ 294,56 bilhões até o décimo mês do ano.

Em 2023, com a mudança de governo, a projeção de crescimento do PIB é de 2,2%, com aumento do mercado estimado em 10,1% com as operações de seguro saúde. Outros fator que também deve contribuir para a expansão do setor é a revisão do marco regulatório promovida pela Supep (Superintendência de Seguros Privados) e a intensificação da digitalização.

Para encerrar 2022 com chave de ouro, a Revista Apólice conversou com alguns utivos para saber quais são as principais tendências do mercado de seguros para o próximo ano. Veja o que os especialistas têm a dizer sobre as expectativas do setor:

Transformação digital

A aceleração da digitalização foi alavancada pela pandemia, o que acabou trazendo maior autonomia para os consumidores e corretores em diversos processos. No mercado de seguros, a prova viva dessa tendência foi a realização de vistorias e sinistros online, onde o próprio segurado envia a foto do imóvel ou de um acidente que ocasionou um dano ao automóvel.

“Acredito muito na automação e na inteligência artificial (IA) de processos, sempre com o objetivo de promover melhores experiências para corretores, parceiros e clientes, além de permitir crescentes ganhos de eficiência. Aqui na MAG Seguros já usamos vários destes recursos de inovação e tecnologia como, por exemplo, Machine Learning para análise de benefícios, trazendo ainda mais agilidade para este importante momento do nosso negócio. Isto libera nossos colaboradores para lidarem com iniciativas ou casos de maior complexidade ou de alta prioridade, além de contribuir para uma melhor experiência dos nossos stakeholders”, afirma Nuno David, diretor Comercial e de Marketing da seguradora.

Seguro por demanda

O seguro on demand (por demanda) ou pay per use (pague pelo uso) será uma das grandes tendências em 2023. Esse tipo de apólice oferece cobertura por período menor que os produtos tradicionais, permitindo que o consumidor escolha por quanto tempo deseja segurar o bem e em qual período específico. A modalidade foi regulamentada pela Susep através da Circular nº 592 de 26 de agosto de 2019.

“Vejo neste modelo um grande potencial para crescimento no Brasil, possibilitando o ingresso de novos consumidores no mercado de seguros. Recentemente, a Simple2u, insurtech da MAG Seguros desenvolvida a partir do Sandbox, expandiu o portfólio e lançou um seguro para celular sob demanda. O principal diferencial deste modelo de seguro é a liberdade que o consumidor tem na contratação sem carência e burocracia, havendo uma maior personalização das coberturas e autonomia”, diz David.

Cliente no centro do modelo de negócio

Colocar o cliente no centro dos negócios e das decisões da empresa significa investir em produtos aderentes às suas necessidades. Esse cenário deve ganhar ainda mais força em 2023, por meio da oferta de produtos e serviços com valor agregado, que entendam a jornada que o segurado busca e reforcem o seu engajamento com a marca.

“Mais do que entender o que o cliente espera, as empresas precisam ouvi-lo para gerar os valores que o consumidor final realmente busca”, ressalta Luiz Cartolano, diretor utivo de Marketing e Transformação da Allianz Seguros.

Seguro de vida: Maior conscientização e quebra de paradigmas

Ocasionada pela Covid-19, a busca por dos brasileiros por seguros de vida aumentou nos últimos dois anos. Segundo dados divulgados pela Susep, o produto atingiu R$ 22,16 bilhões em prêmios até outubro, registrando um crescimento de 16,5% em relação ao mesmo período de 2021.

”Hoje, as pessoas estão mais conscientes sobre a importância do seguro de vida enquanto ferramenta de planejamento financeiro. Elas entendem que a cobertura pode ser acionada em diversas ocasiões, entre elas de doenças graves, invalidez parcial ou permanente e afastamento do trabalho. Ou seja, o tabu de que o seguro de vida só funciona em caso de falecimento está sendo quebrado e esse cenário deve seguir avançando no próximo ano”, prevê David Beatham, diretor utivo de Automóvel, Massificados e Vida da Allianz.

Promoção dos critérios ESG

Marco Campos, diretor utivo de Recursos Humanos e Comunicação da Allianz Seguros, ressalta que a promoção da agenda ESG permanecerá como uma das prioridades das empresas que atuam no setor. O utivo reforça que ela continuará impulsionada pelos talentos e clientes que procuram por marcas que estejam cada vez mais em linha o propósito de valorizar questões como sustentabilidade, diversidade, inclusão, equidade social e governança corporativa.

”Contribuir para um futuro mais sustentável é um dos principais objetivos da Allianz. Para isso, a companhia tem em sua estratégia de negócio um leque de ações de responsabilidade socioambiental, que impactam desde o segurado até o colaborador”, afirma Campos.

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