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O corretor de seguros Adriano Carvalho aponta outros critérios que fazem a diferença no preço das apólices.
O cliente sem dívidas na praça passou a ser o principal critério para contratar um seguro de automóvel, é o que afirma o corretor de seguros Adriano Carvalho, da MRC Seguros. Ele explica que os critérios que mais influenciam no valor final da apólice, hoje em dia, são o Cadastro de Pessoa Física (CPF), o modelo do carro, o tipo de condutor e o Código de Endereçamento Postal (CEP) que vai apontar os bairros com maior ou menor volume de roubo de carro.
“O que hoje pesa mais na hora de assinar um contrato de seguro é o CPF do condutor principal (do carro a ser segurado). Se a pessoa estiver com o nome do Serasa, as seguradoras não aceitam, e se tiver poucas dívidas, elas aceitam, mas sem descontos”, detalha.
“As seguradoras estão muito criteriosas com isso. Dívida não tem a ver com direção, mas as companhias acreditam que ela influencia no aspecto psicológico do condutor”, declara.
A servidora pública Virgínia Costa, de 58 anos, está fazendo avaliação por meio de um corretor de seguros junto a várias seguradoras em busca do melhor preço para o seu veículo, um Jeep Renegade, mas os valores encontrados são muito elevados. “Fizemos avaliações que vão de R$ 14 mil a R$ 3.900. A diferença é exorbitante entre as seguradoras para o mesmo tipo de seguro”, aponta.
Além disso, ela avalia que os valores cobrados pelas seguradoras aumentou muito. Mesmo assim, ela não quer prevenir caso venha a ocorrer algum problema com o veículo dela.
As seguradoras se baseiam na tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que expressa os preços médios de veículos no mercado nacional, para definir os valores de indenização integral por perda ou roubo de carros. E um dos motivos da alta de preços das seguradoras é que a Fipe aumentou muito após a pandemia, informa o corretor Adriano.
Perfil dos condutores
Com mais de 30 anos de experiência na área, Adriano Carvalho explica que o perfil de condutor com potencial de conseguir custos menores para fechar o seguro é de homens e mulheres na faixa-etária entre os 30 e 50 anos. Pois, abaixo dessa idade, de 18 a 25 anos, são considerados com maior chance de cometer acidentes e, acima dos 50, são considerados com os reflexos comprometidos. “Tenho clientes com mais de 70 anos que não estão mais querendo renovar porque está muito caro”.
“As estatísticas realizadas pelas seguradoras apontam que as pessoas que costumam sair à noite têm maior chance de se envolver em acidente de trânsito. Por conta disso, o estado civil também influencia no preço final do seguro: os solteiros pagam mais e os casados pagam menos, pois entende-se que o segundo grupo sai menos para as baladas, fica mais em casa para cuidar de filho”, descreve. “Seguro de padre, por exemplo, sempre foi mais caro”, completa.
Gênero
Há cerca de 10 anos, uma mulher como condutora principal de um carro implicava em um desconto de cerca de 30%, segundo ele, pois as mulheres eram consideradas mais cuidadosas com os veículos e menos prsas a distrações no trânsito, por isso, geravam menos risco de cobertura das seguradoras. Hoje, a vantagem de ser mulher na hora de assinar a apólice ainda existe, mas diminuiu para menos de 10%.
“No passado, casais de proprietários de carros colocavam a mulher como condutora principal para obter o desconto. Mas, hoje, isso é quase irrelevante. Faz diferença quando se assina o seguro de um carro mais caro, por exemplo, simulei o seguro de uma Frontier para uma mulher – mulher quase não dirige esse modelo porque ele é grande – e saiu R$ 300 mais barato”, conta.
Carros de seguro mais caro
O corretor também aponta quais são os fabricantes de carros que estão com o seguro mais elevado no Brasil, atualmente: Honda, Toyota e Hyundai. O motivo é o custo elevado das peças de reposição e da mão-de-obra. “Com a pandemia, as fábricas pararam de fabricar as peças, que ficaram escassas e isso elevou o custo”, explica.
O Ônix, da Chevrolet, é um dos modelos com o seguro mais elevado, na atualidade. Apesar de ser considerado um carro mais popular, o corretor explica que as seguradoras observaram um aumento de sinistros envolvendo esse modelo e a explicação está no fato dele costumar ser escolhido por pessoas mais jovens. “As companhias fazem estatísticas dos segurados com os quais ocorrem mais sinistros. O Corola e o Honda costumam ser comprados por motoristas mais maduros, por exemplo”, compara.
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