Desde o final de abril, o Rio Grande do Sul tem registrado diversos estragos causados pelas fortes chuvas que atingiram a região. Além das casas, prédios e estabelecimentos comerciais , danos em veículos se acumulam, a exemplo do registro em Eldorado do Sul, onde um “cemitério de carros” se formou após a cidade ser inundada. Toda essa situação traz à tona a proteção que as coberturas do seguro auto pode proporcionar aos segurados.
De acordo com Antonio Azevedo, Vice-Presidente Auto/Frota/Consórcio da Alper Seguros, o seguro auto oferece coberturas para enchentes, inundações, correntezas, etc. Entretanto, o executivo explica que, no caso de agravamento do risco, no qual o motorista, por exemplo, resolve por livre e espontânea vontade “enfrentar” a correnteza/inundação, o seguro auto não cobre. Ele destaca ainda: “É muito importante a consultoria do corretor de seguros no ato da contratação”.
Eduardo Minc, diretor da Minc Corretora e Administradora de Seguros, explica que o risco de inundação está previsto na cláusula de riscos cobertos na cobertura compreensiva em seguradoras como Bradesco Seguros, Porto, MAPFRE, HDI, Tokio Marine, Allianz e Zurich, quando o evento decorre de água doce.
Muitos veículos foram parcialmente cobertos pelas águas, mas muitos ficaram submersos. Carla de Oliveira Machado, diretora de Produto Auto do Grupo HDI, explica que a perda total, ou indenização integral, é considerada quando os danos ao veículo atingem ou ultrapassam 75% do valor do mesmo, de acordo com a opção de contratação escolhida e permitida no produto. Essa contratação pode ser no valor de mercado referenciado ou valor determinado, explica a executiva.
“De qualquer forma, cada sinistro é analisado particularmente, avaliando os danos, cenários e regras que se enquadram para cada um”, pondera a diretora de Produto Auto do Grupo HDI. “As avarias causadas aos veículos segurados são previstas dentro das coberturas contratadas em apólice. Essas proteções, seus conceitos e detalhes podem ser consultados através das Condições Contratuais, que é um documento integrante da apólice”, finaliza.
Impactos a curto e médio prazo
Os eventos climáticos no Rio Grande do Sul tem mobilizado todo o setor de seguros. No começo desta semana, a Susep recomendou às seguradoras a prorrogação das coberturas dos contratos de seguros de todos os segmentos para a população afetada pelas enchentes, bem como dos prazos de pagamentos dos prêmios vencidos nesse pedido, sem prejuízo das coberturas contratadas.
De acordo com o Vice-Presidente da Alper Seguros, somente uma grande seguradora terá que indenizar 2 mil veículos por perda total. Azevedo, inclusive, acredita que a situação pode impulsionar a demanda por seguro auto a partir do segundo semestre, considerando que muitas pessoas buscarão o produto para evitar transtornos futuros. “Uma situação como essa, tão grave e impactante, deixará as pessoas bastante assustadas e preocupadas, e a tendência será procurar se proteger adquirindo coberturas securitárias”, pontua.
Para o diretor da Minc Corretora e Administradora de Seguros, os impactos serão sentidos a curto e médio prazo tendo em vista a quantidade de perdas nesse segmento. O líder destaca que, dependendo da seguradora que pode ter uma cobertura de catástrofe junto ao seu ressegurador, “a renovação do contrato vai expor a sinistralidade que influenciará o custo final dessa cobertura de resseguro”. Ele faz ainda um alerta: “Quem não tiver a cobertura de catástrofe, vai arcar sozinho com os valores a serem indenizados”.
Segundo a Defesa Civil do RS, 463 cidades registraram estragos pelas fortes chuvas. O número de afetados ultrapassa os 2,3 milhões.
Fonte: CQCS | Adriane Sacramento
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