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Os desastres naturais ocorridos no Brasil entre 1995 e 2014 produziram perdas bilionárias, segundo novo estudo divulgado pelo Banco Mundial e o Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, da Universidade Federal de Santa Catarina. Foram extraordinários R$ 182,8 bilhões em prejuízos acumulados no período, dos quais R$ 137,3 bilhões se referem a impactos nos serviços públicos e privados, na agricultura, na pecuária e na indústria.
Já R$ 45,4 bilhões restantes referem-se a danos na infraestrutura, nas habitações e nas instalações de saúde, ensino e comunitárias, por exemplo.
O Relatório de Danos Materiais e Prejuízos Decorrentes de Desastres Naturais no Brasil, o primeiro do tipo em escala nacional, informa que os prejuízos anuais reportados no período foram superiores a R$ 9 bilhões. Ou seja, danos causados por secas, inundações, vendavais e outros desastres custaram ao país cerca de R$ 800 milhões mensais.
O levantamento, na opinião de Frederico Pedroso, especialista do Banco Mundial, derruba a percepção de que o país não sofre com desastres. “Via de regra, o Brasil não é um país exposto a perigos naturais extremos. Mas temos outros problemas, tais como um planejamento e um controle urbano muito ineficientes. Isso leva à ocupação humana em locais não propícios e consequentemente a desastres. E como o nosso estudo aponta, a somatória dos impactos tanto econômicos quanto humanos desses desastres acaba sendo extremamente relevante para as diferentes esferas de governo.”
Rafael Schadeck, consultor do Banco Mundial e pesquisador da UFSC, detalhou os problemas mais comuns em termos de desastres naturais. “Os desastres mais comumente reportados pelos municípios são aqueles do grupo climatológico, que são aqueles de evolução mais gradual, mais lenta, como seca e estiagem. Eles representam 48% dos registros e ocorrem com maior frequência nas regiões Nordeste e Sul do País. Em segundo lugar, vem o grupo hidrológico, que são os desastres relacionados ao excesso de chuvas. E eles ocorrem com maior frequência na Região Sudeste do País, representando 39% dos registros da pesquisa.”
Também são levados em conta os eventos relacionados a vendavais e granizo, entre outros, informa, acrescentando que os resultados são apresentados em mapas temáticos e em gráficos, fornecendo dados e estatísticas relevantes aos gestores públicos, população, academia e setor privado.
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