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Organizar as finanças pode parecer tão complicado quanto importante, mas acredite: não é. No dia a dia, é possível identificar hábitos que nos atrapalham e devem ser mudados. Um levantamento do Banco Mundial mostrou, no começo do ano, que mais de 70% dos brasileiros não economizaram alguma quantia nos últimos 12 meses – número que reflete a ausência de planejamento das pessoas.
Isso ocorre porque estamos sempre sujeitos a emergências que se tornam despesas: gastos médicos, reparos em casa e no automóvel são algumas das situações mais comuns. Quando não nos preparamos, somos forçados a depender de cartões de crédito, cheque especial ou empréstimos. Estes recursos, no entanto, são medidas paliativas que podem bagunçar o orçamento a longo prazo.
Nesses casos, ter uma reserva garante certa tranquilidade. A seguir, preparei algumas dicas para tornar a medida possível:
1. Mapeie suas despesas mensais: Inicialmente, é necessário colocar no papel quais são as suas despesas e quanto do seu orçamento elas comprometem. Nesta análise, você também pode identificar gastos supérfluos e pensar em como cortá-los;
2. Negocie suas dívidas: Se você tiver prestações atrasadas ou até o nome sujo, tenha coragem para procurar os credores e fazer uma negociação. Quem tem dívidas não consegue poupar;
3. Crie “metas de gastos”: Tendo as contas em dia e as possíveis dívidas negociadas, você está apto a assumir o controle da sua vida financeira. Neste momento, é importante separar sua renda em três partes: os gastos essenciais – que são as contas das quais você não pode escapar; hábitos e lazer – que envolvem cuidados pessoais, passeios etc.; e prioridades financeiras – nas quais entram o pagamento de dívidas e a definição de reservas;
4. Trate sua reserva como prioridade: Quando as despesas estiverem controladas, não há mais desculpas para não poupar. Evite ao máximo desobedecer as “metas de gastos” que você estabeleceu. Se tem dificuldades para tirar de sua conta corrente o dinheiro para a reserva, vale utilizar alguns recursos oferecidos pelos bancos, como o depósito programado em poupança. Desta forma, você guarda dinheiro “sem perceber”;
5. Defina prazos: Para quem tem emprego estável (funcionários do setor público ou privado com carteira assinada), o ideal é ter uma reserva equivalente a, no mínimo, três salários. Você pode destinar mensalmente 15% da sua renda à poupança e, em menos de dois anos, ter seu fundo de emergência. Se quiser arrecadar em menos tempo, terá que separar mais dinheiro neste período. Mas lembre-se: ao estabelecer metas para cada medida financeira, é importante ter certeza de que poderá cumpri-las, e com a reserva não é diferente.
*Dora Ramos é contadora, orientadora financeira e diretora responsável pela Fharos Contabilidade & Gestão Empresarial, em São Paulo (www.fharos.com.br).
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