Campo Grande News
Os buracos que se alastraram pelas ruas de Campo Grande e os consequentes acidentes fizeram o preço do seguro de veículos pesar mais no bolso dos proprietários. Isso porque diante da realidade da cidade, as seguradoras elevaram o preço em até 25%.
Para carros populares o reajuste está entre 14% e 17%, já para caminhonetes entre 20% e 25%. As empresas alegam que a demanda nas oficinas mecânicas aumentou assim como o preço por serviços, sendo necessário repassar o valor.
Segundo o presidente eleito do Sincor/MS (Sindicato dos Corretores de Seguros em MS), Arnol Lemos Filho, o seguro é uma partilha de prejuízo. “Houve aumento de preços de peças e mão de obra, porque as seguradoras só podem usar peças originais e Campo Grande tem muito acidente e os buracos colaboram com os sinistros”.
Filho explica que no ano passado, a hora paga pela mão de obra era de R$ 28, hoje o valor custa R$ 60. “O reajuste é nacional, mas o índice varia por região, para carros populares, entre 14% e 17% de aumento. Aqui em Campo Grande, os buracos agravam e impactam no preço do seguro, com certeza”, informa.
Corretor de seguros há mais de 30 anos, Fernando Scudler, comenta que mesmo se o cliente não tiver sinistro, paga mais caro no seguro por causa do reajuste. “Tem um exemplo de cliente que pagou no ano passado, seguro de uma Toyota Hilux R$ 5,6 mil e este ano, subiu para R$ 7,2 mil. Para caminhonetes mais visadas em roubos, o índice de reajuste é ainda maior”, exemplifica.
Ruas e preço – Scudler diz ainda, que os buracos são armadilhas, principalmente em dias de chuva. “Danifica suspensão, entorta roda, rasga pneu. Houve aumento de casos assim em oficinais conveniadas”.
Conforme o corretor de seguros, Romeu Bortolás, cada seguradora tem um preço, mas todas reajustaram as tabelas em 2016. “Locadoras de carros fazem classificação de pavimentação, ou seja, dependendo de como é o asfalto da cidade, sobe o preço de locação e consequentemente o do seguro”, afirma.
O corretor diz ainda que caso haja reparação no asfalto, há possibilidade de redução dos preços em seguros. “São realizadas análises mensais pelas seguradores e é possível sim reduzir o preço se o asfalto estiver bom. Seguradoras trabalham com concorrência e analisam impactos”, esclarece.
Quem desistiu de pagar o seguro do carro no ano passado por conta do preço, foi a educadora física, Fabiana Buthevicius. “Eu pagava R$ 1,5 mil por ano. Paguei o mesmo valor por três anos, mas em 2016, o preço saltou para R$ 1,7 mil e já saiu do meu orçamento”, diz.
A educadora alega que se as condições financeiras melhorarem, vai voltar a contratar o seguro. “Faz falta um seguro de carro sim, não dá para ficar sem por muito tempo”.
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