Revide Por Leonardo Santos
Corretor de seguros entrevistado pela reportagem do Portal Revide elenca as práticas de golpe com automóveis mais comuns
A cada 20 denúncias de veículos roubados no Brasil, uma é falsa. É o que apontam corretores, embora, de acordo com especialistas, esse índice possa ser mais alto, principalmente quando o veículo em questão é importado.
De acordo com um perito de sinistro, que não quis se identificar, alegando haver um “compromisso de sigilo” entre o contratado e as seguradoras, as fraudes acontecem com frequência que até impressiona.
Ele conta que, em muitos casos, o dono do veículo aciona a seguradora requerendo a indenização do veículo, geralmente um automóvel importado, cujo valor de tabela, utilizado para o cálculo do seguro, é maior do que o real valor de mercado. Temendo levar prejuízo, a solução encontrada é forjar o roubo do próprio carro.
Um corretor de seguros entrevistado pela reportagem do Portal Revide elenca as práticas mais comuns:
– Roubo: a própria pessoa vende o carro para um desmanches irregulares ou em países vizinhos e fala que foi roubado;
– Furto: facilita a ação deixando a porta aberta e a chave no contato;
– Inversão de responsabilidade: ocorre quando o condutor com seguro assume a culpa porque o outro não tem e acabam se acertando.
“As negativas só ocorrem com provas legais. Podemos afirmar que de cada 20 carros, um não foi pago por fraude. Se levarmos em consideração as prováveis fraudes pagas por não ter prova, este número poderia até dobrar”, salienta o corretor.
Operação do Ministério Público
Na última quarta-feira, 28 de junho, promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realizaram uma operação no interior de São Paulo para combater a prática ilegal. Em São José do Rio Preto, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em residências e oficinas mecânicas, a respeito de 25 atos de estelionatos, que acarretaram em prejuízos de R$ 200 mil naquele município.
O objetivo da operação foi de reunir provas contra uma organização criminosa que vinha praticando estelionatos contra seguradoras de veículos, entre elas a Liberty Seguros, Brasil Veículos, Porto Seguro, Tokio Marine Seguradora, Yasuda Marítima, Itaú Seguros, Mapfre Seguradora, HFI Seguros, Allianz Seguros, Mitsui Sumitomo e Azul Seguros.
Mercado bilionário
O mercado de seguros no Brasil é bilionário. Apenas em 2016, as seguradoras tiveram faturamento de R$ 403,4 bilhões (10,5% a mais do que em 2015). Em indenizações, resgates e sorteios foram R$ 259,8 bilhões (10,8% a mais do quem 2015), segundo números da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNseg), que são justificados pelo número de roubos.
Só no Estado de São Paulo, em 2016, foram registrados 77,9 mil roubos de veículos, e outros 110,9 mil furtos. Desses, 6.816 furtos foram em Ribeirão Preto, que no último ano, registrou 1.430 roubos. Em 2017, já são apontados 598 roubos de veículos no município, e 2.489 carros furtados.
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