CQCS | Ivan Netto
Uma matéria publicada no site do jornal Extra, no último domingo (6/8), traz um importante alerta para a sociedade brasileira: proteção veicular não é seguro e não garante segurança de quem a contrata.”A proteção veicular tem regras completamente diferentes do seguro automotivo tradicional, vendido por seguradoras, e um risco alto de, em caso de problemas, o dono do carro não receber indenização”.
É importante a sociedade saber as principais diferenças entre empresas de proteção veicular e as seguradoras. Entre elas está que quando segurado contrata uma apólice para proteger seu carro, ele transfere o risco para a seguradora, na “proteção veicular”, o associado assina um Contrato de Responsabilidade Mútua e divide o risco com os demais associados. Além disso, o prêmio anual do seguro pode ser pago à vista ou dividido em parcelas pré-fixadas. Já na “proteção veicular” é paga uma mensalidade, cujo valor, em geral, é composto por uma taxa de administração fixa, mais o rateio, que varia mês a mês. Dessa forma, não há como fazer um planejamento financeiro. Vale lembrar que rateio é a totalidade dos prejuízos apurados no mês anterior, dividida por todos os associados.
Outra diferença é que a “proteção veicular” não é regida por leis, Segundo a Susep, as empresas que comercializam a proteção veicular, não se enquadram no mercado supervisionado pela autarquia. De acordo com a autarquia, elas não cumprem regras e critérios preestabelecidos pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), o que faz com que elas não cumpram seuscompromissos financeiros. Tais empresas, diz a superintendência, “fazem parte de um mercado marginal de comercialização irregular de produtos similares a seguros”.
Segundo o diretor-executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Julio Cesar Rosa, “Cooperativas e associações de classe, mesmo sendo legais, não podem oferecer seguros como dizem em suas propagandas. A cooperativa, por exemplo, é um encontro de pessoas, que, no mesmo ambiente e vinculação de interesses, criam um conjunto associativo para oferecer serviços. Contudo, elas não têm constituição de reserva e patrimônio suficiente para assumir riscos”.
O presidente do Clube dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (CCS-RJ), Jayme Torres, disse que os principais motivos para o aumento do chamado golpe do seguro são a falta de conhecimento do consumidor e as propagandas enganosas utilizadas na comercialização do serviço. “Acredito que a falta de conhecimento de que não se trata de um seguro seja um dos principais fatores, porque há casos em que o preço dessa “proteção” é até maior. A forma enganosa como é feita a divulgação e a comercialização, passando a imagem de se tratar de uma alternativa vantajosa ao consumidor, é o que leva a maioria das pessoas a contratarem a chamada proteção veicular”, comentou.
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