Maike Silva - Revista Apólice
Novo sistema de acesso começa a ser adotado numa tentativa de reduzir custos do condomínio, mas não agrada a todos os moradores
Para minimizar custos de segurança em condomínios, empresas começaram a adotar o sistema de portaria virtual, que dispensa a necessidade de se ter um porteiro, ficando a cargo de um responsável o controle do acesso de pessoas através de uma central única. Com o novo sistema, moradores usam impressão digital, senha ou controles para entrar.
A diminuição dos custos ocorre porque não há uma necessidade de manter porteiros registrados. Além disso, o responsável pela portaria virtual pode controlar o acesso de mais de um condomínio ao mesmo tempo. Essa nova alternativa gera mudanças no contrato do seguro condomínio.
Inicialmente as apólices abrangem incêndios, sobrecarga elétrica (que pode danificar aparelhos eletrônicos), queda de aeronaves, alagamentos. Com a entrada do novo sistema, a precificação do contrato sofre alteração, pois os equipamentos eletrônicos – câmeras, microfones, rádios – passam a ser cobertos.
Em relação a interferência desse serviço no que se refere a roubos e furtos, já que não há um porteiro responsável pela segurança do condomínio, Patricia Siequeroli, superintendente utiva de Produtos Massificados e Especiais do Grupo BB e Mapfre, acredita que as seguradoras ainda irão se posicionar e processar mudanças com o decorrer do tempo. “As seguradoras ainda estão tímidas em relação a inclusão da portaria nas apólices de condomínio. Mas, com o crescimento da modalidade, isso vai ser necessário”, analisa.
Para alguns, esse novo método não é tão eficaz e pode atrapalhar os moradores em algumas situações como em momentos de emergência ou falha nos equipamentos. Para outros, traz benefícios. Além da redução de custo pela dispensa dos porteiros, com o modelo, não há o risco de vazamento de informações. “O sistema remoto foi implementado há pouco tempo e ainda gera preocupação por parte de algumas pessoas, que podem não estar acostumadas com a nova tecnologia. Por outro lado, uma parte do público se sente confortável com essa alteração e aceita com facilidade a inovação”, pondera o síndico profissional, Fabiano Schlichting.
Alternativa para o futuro
A tecnologia não é uma solução isolada para os problemas de criminalidade, mas é uma excelente alternativa para coibir as ações criminosas e encontrar rapidamente autores de crimes. “Esse modelo é tão eficaz quanto uma portaria tradicional. As falhas sempre vão existir, mas a tecnologia, quando trabalhada de forma inteligente, diminui riscos. Ninguém deixa de ser o dono da própria casa ou de ter a chave da própria porta. Esses sistemas geralmente comportam mais de uma rede de internet para acelerar o processo de acesso e acaba não interferindo na vida do morador”, continua o síndico.
Schlichting também falou sobre a postura das seguradoras frente ao sistema remoto, “por estar em implementação, ainda não tem a visibilidade que merece. Mas o sistema vai baixar os custos dos condomínios e atrair cada vez mais a atenção das seguradoras. É questão de tempo para que o produto caia em aceitação”, conclui. A superintendente utiva também tem visão positiva em relação ao futuro do sistema remoto. “Esse tipo de sistema será o mais utilizado no futuro. 60% das despesas do condomínio se referem à mão de obra. Com a implementação do sistema virtual, os condôminos podem reduzir seus gastos em até 50%”, termina Siequeroli.
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