Quase 30 mil pessoas abandonam plano de saúde no ES, diz ANS

G1

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Número de pacientes com plano caiu de 2014 para 2015.

Ao mesmo tempo, demanda nos postos de saúde aumentou.

Quase 30 mil associados a planos de saúde no Espírito Santo migraram do setor privado para o setor público.

Um levantamento da Agência Nacional de Saúde (ANS) mostra que, em 2014, o número de pacientes capixabas com plano de saúde era de 1.156.988. Em 2015, este número caiu para 1.127.756, o que representa uma queda de 2%.

Ao mesmo tempo, a demanda nos postos de saúde aumentou. No primeiro semestre de 2015, foram registrados 1,61 milhão de atendimentos na Grande Vitória. Esse número passou para 1,64 milhão no mesmo período de 2016, quase 27.153 atendimentos a mais na rede pública.

O escrevente de cartório Quintiliano Araújo, de 26 anos, se orgulha da saúde das filhas, que, segundo ele, não costumam passar mal. Mesmo assim, para garantir um atendimento médico de melhor qualidade quando necessário, em fevereiro ele pagava R$ 380 nos planos de saúde da esposa e das duas meninas.

Tudo ia bem até que a empresa em que a esposa dele trabalhava fechou as portas. Logo em seguida, Quintiliano recebeu a notícia de que seria pai pela terceira vez. “Estava arcando com as contas de casa sozinho. Não tive opção, tive que cortar o plano de saúde”, contou.

Vítória Só em Vitória, o serviço público na saúde teve uma alta de 13%. A secretária da pasta no município, Daysi Behning, estima que boa parte deste aumento se deve aos pacientes que deixaram de pagar planos privados e passaram a ser atendidos na rede pública.

“Sem dúvida, o momento econômico faz diferença. A queda nos rendimentos faz com que as pessoas busquem cortar alguns gastos. Mas há uma percepção também de que a saúde pública melhorou, o que motiva muitas dessas pessoas que deixaram o setor privado a permanecer no público”, afirmou.

Economista Cancelamento de serviços, como plano de saúde, segundo o economista e coordenador-geral da Faculdade Pio XIII, Marcelo Loyola Fraga, tornam-se medidas drásticas na proteção do orçamento familiar.

“Nem sempre isso acontece só por causa do desemprego. Mas a redução da renda ou mesmo a inflação faz com que o plano saia da lista de prioridades. A pessoa prefere contar com o serviço público até ter condições de recontratar um plano”, disse.

Ele explicou que existem pessoas neste momento que também estão saindo da previdência privada para ficar só coberta pelo INSS.

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