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Em contundente discurso no plenário da Câmara, o deputado Lucas Vergílio (SD-GO) fez um grave alerta aos parlamentares, às autoridades e à sociedade em geral sobre os riscos que envolvem a contratação de uma “proteção veicular”. Segundo ele, as finanças pessoais e o patrimônio dos consumidores brasileiros estão seriamente ameaçados por um segmento que atua totalmente à margem da lei, sem autorização legal ou qualquer regulamentação. “Refiro-me às associações e cooperativas que comercializam a chamada “proteção veicular”, fazendo-se passar por empresas legais de seguros para enganar incautos. Essas associações e cooperativas vêm sendo, inclusive, alvo de ações da polícia federal em todo o Brasil”, alertou o parlamentar.
Ele acrescentou que, mesmo diante da repressão policial, essas associações multiplicam-se e, quando têm suas portas fechadas pela justiça ou pela polícia, renascem em novo endereço e nova razão social, dando prosseguimento a sua ação ilegal. “O resultado disso, como pode ser constatado nos órgãos de defesa do consumidor, é uma legião de consumidores enganados, que contrataram a malfadada proteção veicular para proteger o seu patrimônio, mas não foram ressarcidos na ocorrência de um sinistro, seja um acidente no trânsito ou o roubo dos seus veículos”, observa Vergílio, que é presidente do Sincor-GO e vice-presidente da Fenacor.
Ele lamentou ainda o fato de essa ação marginal encontrar um “ambiente propício para proliferar” por culpa também das seguradoras, que, na visão do deputado, ainda relutam em lançar produtos adequados, com preços mais compatíveis, para as camadas da população mais suscetíveis ao canto da sereia das associações de proteção veicular.
Nesse contexto, Lucas Vergílio entende que esse segmento irregular poderia não ter progredido se as seguradoras “fossem mais sensíveis ao sério risco a que está exposto o cidadão comum e, em linhas gerais, o próprio sistema nacional de seguros”.
Ele fez um apelo para que as empresas de seguros revejam essa posição.
Por fim, o deputado advertiu que, recentemente, essas associações invadiram o futebol, aproveitando-se dessa paixão do povo brasileiro para “atrair simpatias através do patrocínio a grandes clubes de diferentes estados”.
Ele citou, inclusive, o fato de uma corretora de seguros ter sido acionada na Justiça por danos morais por uma entidade que diz representar o segmento da proteção veicular, após enviar carta de repúdio ao Vasco da Gama, um dos clubes que aceitaram o patrocínio de dessas associações. “Particularmente, vejo essa notícia com muita indignação. Uma afronta. Essas associações ou cooperativas atuam no mercado marginal, não têm regulamentação, não pagam impostos e não oferecem garantia nenhuma ao consumidor. Então, são essas associações e cooperativas que deveriam ser processadas pelos danos e prejuízos causados aos consumidores brasileiros”, concluiu.
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