O Globo
Escolher a data e saber como comprar moeda estrangeira são algumas dicas
RIO – Esquecer o documento e acabar perdendo o voo, atrasando as férias. Deixar para comprar dólar na última hora e perceber que a taxa de câmbio subiu mais do que o esperado. Estas e outras experiênciasnão somente atrapalham a viagem como também causam prejuízos financeiros que podem limitar o restante do passeio.
Pensando nisso, o economista Alexandre Monteiro, consultor do site Melhor Câmbio, selecionou algumas dicas de planejamento para evitar que o turista passe por esse tipo de imprevisto.
– O principal conselho é nunca deixar nada para a última hora, é claro. Mas, na baixa ou na alta temporada, há formas eficazes de evitar prejuízos, mentais e financeiros.
Não saber quando viajar
O melhor do mundos é escolher o destino dos sonhos e poder adaptar a data da viagem para aproveitá-lo na baixa temporada, principalmente se o objetivo for gastar pouco. Nesses períodos, hotéis, atrações e passagens aéreas podem estar até pela metade do preço.
– Muita gente não tem essa flexibilidade para escolher o período das férias. Se for o caso, vale selecionar um destino que esteja em baixa temporada na época como, por exemplo, Bariloche, que tem muitas atrações no verão, embora seja buscado principalmente no inverno pelos brasileiros. Será uma experiência diferente, mas não menos agradável – afirma o especialista.
Mas se nada funcionar e a viagem marcada cair na alta temporada, planejamento é fundamental para evitar custos desnecessários e imprevistos.
– Os preços estarão naturalmente mais altos, mas comprar passagem e reservar hotel com antecedência costuma ser mais em conta. Há risco, por exemplo, de não conseguir alugar um carro de última hora e ainda pagar mais caro quando conseguir. Muitas atrações dispõem de pré-venda pela internet para evitar filas e superlotação. Quem compra com antecedência garante a visita. Imagine chegar a um museu e descobrir que não poderá entrar simplesmente por falta de planejamento?
Não se preparar para o clima local
Segundo Machado, “muita gente” acaba esquecendo de levar na mala pelo menos o suficiente para enfrentar o clima local. Nessas horas, não se trata apenas de sentir calor ou frio, mas estar preparado também para destinos onde chove muito, por exemplo.
– Muitos fatores aqui entram em jogo, e é bom pesquisar: por qual estação do ano o país está passando? É período de chuvas? Qual a temperatura média? Venta muito? Passar frio ou calor não é nem um pouco legal e chegar sem o suficiente, além do desconforto físico, significa comprar peças de roupa que não estavam no orçamento.
Não fazer seguro viagem
O especialista é categórico: todo cuidado “é pouco” numa viagem internacional. Ele conta que o seguro foi fundamental quando pegou conjuntivite durante uma viagem aos Estados Unidos.
– Uma infecção relativamente simples, mas que iria me custar, pelo menos, mais uns US$ 800 com atendimento feito lá. Ou seja, protege meu bolso e minha saúde. Em outra cultura, outro idioma, outras leis, é importante estar preparado para qualquer imprevisto.
Viajantes que buscam destinos para praticar esportes radicais, como surfe e esqui, precisam estar especialmente atentos.
Não prever taxas e impostos
Em épocas de dólar alto e volatilidade, saber como comprar moeda estrangeira vai ser fundamental para uma viagem mais econômica. Ele é taxativo: comece já evitando o cartão de crédito. O Imposto sobre Transações Financeiras (IOF) é alto (6,38%), e a conversão será a do dia do fechamento da fatura, e não do momento da compra.
– Pode até ser que no fechamento a moeda esteja mais barata do que no dia da compra, mas a ideia aqui é se manter dentro do orçamento e não passar a viagem toda preocupado com o que se gastou. Saber o valor na hora ajuda a manter as contas em dia.
Alexandre afirma que o ideal é levar uma boa quantidade em papel moeda, cujo IOF na compra é mais barato (1,1%). Por segurança, mantenha a maior parte dentro de um cofre, se for ficar em um hotel, e não ande com grandes valores pelas ruas. Ele recomenda fazer um equilíbio, levando uma parte no cartão pré-pago, que, apesar de ter o mesmo valor do IOF do cartão de crédito, garante o câmbio do dia. E pode ser bloqueado, em algum imprevisto.
– Você gasta sabendo exatamente quanto e o que ainda tem para gastar. E, para conseguir um bom valor de câmbio, vale também comprar a moeda de forma fracionada, para não apostar tudo numa cotação diária. Dependendo da quantidade de moeda que for comprar, dá para negociar com a casa de câmbio uma cotação mais em conta.
Não conferir os documentos
Esquecer o passaporte, fazer o visto na última hora, deixar a carteira de vacinação em casa. Erros evitáveis, mas comuns entre os viajantes. Nesse caso, o estresse pode até ser maior do que os prejuízos financeiros.
– Dá para contornar indo em casa correndo para buscar um ou outro documento em alguns casos. Mas tem outros em que simplesmente o viajante não conseguirá embarcar. Por exemplo, para alguns destinos que exigem o comprovante de vacina. Nessa, pode-se perder a passagem aérea e até as diárias de hotel.
Para quem tem flexibilidade para escolher o período de férias, ter o visto em dia pode sgnificar um boa economia, já que dá para pesquisar os preços com mais antecedência.
Não pesquisar sobre a cultura do destino
Alguns países são muito rigorosos com a forma de se vestir e se portar, especialmente para as mulheres. Por isso, segundo o economista, é “muito importante” dar uma pesquisada sobre como os locais se vestem e se há uma lei que proíbe o uso de alguma peça.
E nem é preciso ir muito longe. No Vaticano, por exemplo, é proibido entrar com roupas curtas e decotadas. Alguns países muçulmanos não obrigam o uso da burca (outros sim) ou de roupas longas e fechadas. Mas seus usos podem ser recomendáveis, para evitar conflitos culturais.
– Nesse caso, nem conta muito o gasto extra com essas roupas, mas um possível constrangimento, por exemplo, com assédio. E claro, estresse. Imagine passar horas numa fila para descobrir que não pode entrar por estar com a vestimenta inadequada?
Esquecer o gasto com telefone
A principal recomendação é: compre um chip local pré-pago assim que chegar. Com ele, é possível contratar um plano de internet para usar durante o período que estiver viajando, o que já garante os posts das redes sociais. Os custos de ligações, mensagens e internet das operadores brasileiras, segundo o especialista, são altas e não valem a pena.
– Estar em outro país faz com que as operadoras cobrem valores muito altos, não importa o serviço. Além do chip local, para evitar gastar todo o pacote de serviço antes da hora, abuse do wi-fi em locais públicos. Se precisar ligar para alguém, use aplicativos como o Skype e o WhatsApp.
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