Sindseg SP
Pandemia do novo coronavírus afeta todos os setores da sociedade, porém a expectativa é que o futuro seja positivo. Diretor-utivo do Sindseg SP, Fernando Simões, fala sobre a situação do setor segurador neste quadro.
O setor segurador vem apresentando ano a ano, de longa data, taxas de crescimento anuais que superam em muito a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. No período entre 2009 e 2019, o setor exibiu em quase todos os anos crescimentos anuais de dois dígitos, com destaque para os 21,7% alcançados em 2012. Mesmo nos anos de 2015 e 2016, em que a economia brasileira encolheu, a indústria seguradora pode comprovar sua resiliência, alcançando um crescimento significativo, comparativamente a outros setores econômicos.
Resiliência, busca constante por eficiência e capacidade de adaptação às novas tendências econômicas e aos novos hábitos e anseios da sociedade têm sido algumas das características que levam o setor segurador adiante nesse passo acelerado. A crescente diversidade de canais de distribuição também tem sua contribuição. Os seguros podem ser encontrados junto a corretores, em agências bancárias, em redes varejistas, pela internet e em outros balcões. Graças a esse conjunto de fatores, o setor de seguros ampliou a sua participação no PIB de menos de 1%, registrados até 1994, para mais de 6%. As provisões técnicas que servem garantiam para os riscos do sistema segurador superaram, nesse período, a cifra monumental de R$ 1,2 trilhão, proporcionando ao País lastro para financiamentos e pagamento da dívida pública.
Embora o crescimento exibido pela área de seguros seja admirável, o fato é que o setor está longe de alcançar todo o potencial que o País oferece. Pesquisa realizada pela seguradora Mapfre no ano passado em 96 países situou o Brasil entre os dez mercados do mundo com maior potencial para o crescimento da indústria de seguros. O País ocupou, no levantamento, a oitava posição no ranking de potencial de crescimento para o segmento Vida. Nos demais, ficou na nona colocação. Nesses dois rankings, superou mercados mais desenvolvidos, como França, Espanha, Itália e Reino Unido.
Dados e informações que surgem facilmente nas conversas de utivos do setor ilustram a distância entre as conquistas e o que ainda pode ser conquistado. Mesmo que a indústria seguradora tenha ampliado a sua penetração entre as empresas graças, entre outros fatores, a uma crescente diversificação de seus produtos e à crescente conscientização de que os seguros são uma ferramenta que confere segurança aos negócios, o fato é que a grande maioria dos CNPJs do País não mantêm contratos de seguros ou não estão amparadas em garantias adequadas.
A mesma coisa acontece em outros segmentos. Embora o seguro auto seja um dos produtos mais conhecidos da população, o número de carros segurados não chega à metade da frota nacional de veículos. Há cálculos indicando que menos de 30% das residências do País contam com a cobertura de seguros. Existe ainda uma grande expectativa em relação à expansão da comercialização de planos de previdência atrelada à aprovação da reforma da Previdência.
A pandemia do novo coronavírus, que se abateu sobre o mundo neste ano, deve, no entanto, servir de freio para a economia brasileira, que apresentava potencial para uma retomada mais significativa neste ano a partir de esperadas aprovações de reformas importantes para o País. Com os cálculos de economistas situando o comportamento da atividade econômica em degraus cada vez mais abaixo no campo negativo, a expectativa é que o setor segurador também sofra os efeitos da pandemia, o que deverá servir de freio nessa trajetória de crescimento exibida nos últimos anos.
Mas, como vem acontecendo ao longo da história recente do País, a indústria seguradora brasileira, o setor segurador mais uma vez se adaptará às transformações que serão impostas pelos impactos da pandemia do coronavírus na economia e na sociedade brasileira. É certo que, entre as mudanças que serão impostas ao setor deverão estar a procura por alguns produtos – alguns passando a ser mais requisitados; outros, perdendo espaços na escala de prioridades dos clientes.
No cenário pós-pandêmico, a expectativa é a de que o Brasil saberá encontrar a rota rumo ao desenvolvimento econômico e o setor segurador estará pronto para dar sua contribuição para que a economia e a sociedade brasileiras voltem a prosperar com segurança.
Voltar