Coronavírus: procura pelo seguro de vida aumenta durante pandemia

Nicole Fraga - Revista Apólice

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Consumidores estão mais atentos a necessidade de contar com uma proteção e, segundo utivos, segmento tem potencial para continuar crescendo no pós-pandemia

Em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19), muitos brasileiros foram pegos de surpresa e acabaram sendo afetados pela crise que a doença instaurou no País. Parte da população se viu com a renda afetada, com a empresa na qual trabalha fechada ou até mesmo sendo demitida. Por isso, muitas dessas pessoas começaram a procurar maneiras de se proteger economicamente.

A Minuto Seguros realizou um levantamento que mostra relação do aumento de procura do seguro de vida em meio à pandemia de coronavírus, que chegou no Brasil no final do mês de fevereiro. De acordo com o Ministério da Saúde, o primeiro caso oficial de uma pessoa infectada pelo vírus foi registrado no dia 26 de fevereiro. Em março, houve um aumento de 136% nas vendas do produto quando comparado ao mesmo mês em 2019. No contato para contratar o seguro, muitas pessoas citam a Covid-19 como motivo para buscar a proteção.

Segundo Marcelo Blay, CEO da corretora, “desde que começou a se falar mais em coronavírus, principalmente quando a disseminação ficou mais forte na Europa, as pessoas já perguntavam sobre a cobertura da Covid-19 no seguro de vida. Quando o surto atingiu o Brasil, as buscas por esse motivo específico aumentaram ainda mais”.

O seguro de vida garante uma indenização em caso de morte acidental ou invalidez permanente ocasionada por acidente. Dessa forma, se um imprevisto acontece com o provedor da família, por exemplo, os demais membros não ficam desamparados. Além dessas coberturas, o segurado pode complementar sua apólice com outras proteções para ter mais tranquilidade, como diárias por incapacidade temporária, antecipação especial por doença, despesas médico-hospitalares ou odontológicas, assistência funeral entre outras.

Para que a Covid-19 passasse a ser coberta nas apólices, as seguradoras precisaram rever as condições gerais do produto, pois pandemias são consideradas riscos excluídos. A partir do momento em que a OMS atribuiu o status de pandemia no dia 11 de março, as companhias não seriam obrigadas a ter cobertura para situações como morte causada pela doença. No entanto, as empresas fizeram uma avaliação criteriosa do impacto em seus balanços da cobertura e concluíram que poderiam atender os pedidos de indenização sem comprometer sua saúde financeira e, consequentemente, garantir o atendimento aos demais pedidos de pagamento de sinistro.

De acordo com Helder Molina, CEO da MAG Seguros, não podemos escolher pelo que vamos passar, mas podemos definir como vamos enfrentar essas situações. O utivo afirma que no primeiro trimestre a seguradora registrou um aumento de 17% nas vendas, quando comparado com o mesmo período de 2019. “As pessoas estão mais preocupadas com proteção e em cuidar do seu futuro. Neste momento difícil que estamos passando, percebo que a sociedade está mais consciente e mais aberta a conversar sobre este tipo de solução”, diz.

O mercado segurador, mais especificamente o ramo vida, registra crescimento de dois dígitos ao longo dos últimos anos. Para se ter uma ideia, a receita anual do setor segurador apresentou em 2019 a maior taxa de crescimento desde 2012, com uma evolução nominal de 12,1%, totalizando R$ 270,1 bilhões. O segmento de vida individual cresceu 71,2%.

Segundo Sandro Cespes, gerente Técnico de Produtos da Prudential do Brasil, “aqui na empresa costumamos dizer que fazer um seguro de vida representa um ato de amor, cuidado e proteção, um amparo financeiro que cedo ou tarde todos vão precisar quando momentos difíceis da vida se apresentarem”.

Paula Toguchi, superintendente de Produtos da MetLife Brasil, acredita que mesmo depois da pandemia as pessoas irão continuar contratando ou renovando suas apólices e que a expectativa para o futuro é boa. “Durante a quarentena os consumidores adotaram novos hábitos de compra e identificaram as reais necessidades de consumo, e no pós-pandemia não será diferente. O segmento terá um grande potencial para ter espaço entre as necessidades das pessoas, principalmente pelo despertar que a Covid-19 trouxe quanto ao planejamento do futuro e de proteção a vida”, ressalta a utiva.

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